sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Farnsworth House - Planta, Cortes e Croqui




Plantas e Cortes da Casa Tugendhat

(Implantação)

(Corte)

(Planta do pavimento semi-enterrado)

(Planta do pavimento inferior)

(Planta do pavimento superior)


Aqui estão as plantas da Casa Tugendhat para melhor entendimento do post anterior.


Casa Tugendhat - Mies Van Der Rohe

(Vista Interna da Casa)

(Família Tugendhat celebrando o Natal em Casa)


(Foto da Casa - atenção aos toldos fazendo a proteção solar)

Já nesta postagem, iremos conhecer um pouco outra casa de Mies.


A Tugendhat é uma das primeiras casas a reivindicar o estilo moderno. Seu exemplo bem sucedido colaborou na batalha pela aceitação em todo o mundo de uma nova maneira de se fazer arquitetura. Esses são alguns dos motivos que levaram a Unesco, em 2001, a adicioná-la à lista de Patrimônio Cultural da Humanidade. Tendo tal valor histórico, esta obra pode ser facilmente encontrada em livros ou internet. Porém as suas imagens mais difundidas, as simplificações feitas em muitos dos desenhos arquitetônicos publicados e os textos resumidos costumam gerar certos mal entendidos a seu respeito. O presente artigo pretende apresentar esta importante obra e, após, esclarecer os referidos enganos.

A casa

Construída na cidade de Brno, República Tcheca, esta obra de Mies Van der Rohe deveria abrigar em seus 2000m² nada menos que 11 habitantes: além dos cinco membros da família, o casal e seus três filhos, morariam ali os seis empregados (a babá, duas empregadas domésticas, o cozinheiro e o chofer com sua esposa). Para atender ao estilo de vida da família e garantir o seu conforto, um pavimento inteiro, o mais baixo, seria destinado aos equipamentos técnicos como central de aquecimento de água e central de ar-condicionado, sendo alguns deles bastante inovadores para a época.


A casa já é antiga. Foi construída entre 1928 e 1930, uma época em que, por exemplo, não havia televisão. Ao invés de passarem horas sentados diante dela, um dos principais divertimentos da família era dançar. O patriarca, Fritz Tugendhat, também era fotógrafo e cinegrafista amador. Daí a casa ter uma sala de projeções para filmes e uma ampla documentação iconográfica da família durante os anos em que viveu ali. Sendo antiga, a casa incorpora hábitos hoje obsoletos como quartos separados para o casal. Porém, afora esses detalhes, suas linhas não envelheceram. Aliás, os móveis concebidos especialmente para ela são vendidos com sucesso até hoje, podendo ser freqüentemente vistos na mídia.


Segundo Fritz Tugendhat: “Nós procurávamos por luz, ar, clareza e honestidade e, logo após conhecermos Mies Van der Rohe, o contratamos” (2). Em setembro de 1928, ao visitar o terreno, Mies fica encantado. Mesmo considerando as dificuldades impostas por sua abrupta declividade, ele logo percebe que as vistas e as condições de insolação são muito favoráveis. A visual à sudoeste tinha como horizonte o centro da cidade, incluindo monumentos históricos como o castelo Spilberk. Esta orientação poderia receber grandes aberturas para garantir o aquecimento da casa durante o rigoroso inverno, sem problemas de perda de privacidade, pois esta face se voltava para o interior do terreno. Era a oportunidade ideal para realizar o conceito de abrir o espaço interno para o exterior através de uma ampla pele de vidro. Esta pele torna-se uma das características marcantes do projeto.

O edifício é organizado por Mies em três pavimentos, sendo que apenas o mais alto fica visível desde a rua, já que os outros dois encontram-se semi-enterrados. Os diferentes planos e volumes que compõem o edifício são dispostos assimetricamente. Eles podem ser interpretados da seguinte maneira: como um pódio sobre o qual “paira” um plano, a cima do qual repousam duas caixas que são conectadas entre si e com uma terceira caixa à noroeste (mais vertical, abrangendo todos os pavimentos) por meio de um plano (cobertura). Complementando existem dois volumes menores: a sacada adicionada à caixa à noroeste e o volume vertical da chaminé, contrastante com a horizontalidade que predomina na fachada nordeste.

No volume a noroeste, dotado de acessos próprios, estão localizadas as áreas de serviços e os quartos dos empregados. Contrariando uma disposição convencional de usos, a área íntima se localiza no mesmo nível da rua. Uma “caixa” a sudoeste abriga os quartos dos donos da casa, enquanto outra, a leste, abriga os quartos das crianças e da babá. Todos os membros da família têm seus quartos abrindo para um terraço privativo de onde se tem a vista da cidade. Ligando estas duas caixas e protegido por um plano de cobertura, há um “volume virtual” de vidro leitoso onde se localiza o acesso. Na área externa e coberta adjacente, os usuários podem sair do carro protegidos das intempéries. Descendo a escada em leque do hall, encontra-se a área social do lado sudeste e as zonas de serviço a noroeste. No pavimento inferior, que formalmente funciona como pódio, fica a área técnica da casa. Assim, ao localizar a zona dos empregados a noroeste e a zona dos moradores à sudoeste, Mies garante aos últimos as melhores visuais, uma ótima orientação solar e privacidade. O arquiteto também consegue obter uma ampla área de jardim e uma maior distância dos vizinhos implantando o edifício na ponta norte do terreno.

O ambiente social se destaca das outras partes da casa. Ao contrário delas que são mais compartimentadas do que abertas para atender a demandas funcionais, o espaço de convívio expressa com clareza o conceito de planta livre. Sua subdivisão entre área de estar, jantar, biblioteca e ante-sala, ao invés de ser feita com paredes maciças, é sugerida através da disposição dos móveis e dos planos leves de materiais ricos como a madeira ébano e o mármore ônix. Estes ambientes integrados se ampliam para o exterior através das laterais envidraçadas. A vista privilegiada faz do local um verdadeiro belvedere.

Pautando a zona social, existem pilares cujo formato cruciforme e revestimento de aço polido produzem um efeito de desmaterialização da estrutura, quase negando a sua função. Esta estrutura consiste em um esqueleto de aço com lajes nervuradas que adquirem aspecto liso através de enchimento cerâmico. A malha estrutural tem dimensões predominantes de 4,9 x 5,5m. As vedações são em alvenaria revestida de reboco branco, vidro transparente e vidro leitoso. Os caixilhos são em ferro pintado de cor escura e a maioria das esquadrias apresenta bandeira para ventilação de inverno. Dois módulos do pano de vidro que faz o fechamento da área social podem ser inteiramente recolhidos através de um sistema que é acionado eletricamente. Todas as janelas têm sombreamento adequado, através de persianas ou toldos, ambos de enrolar, evitando que a casa esquente no verão.

Esclarecimentos

Algumas imagens mais paradigmáticas e certas simplificações nos materiais publicados acabam induzindo o leitor mais distraído a uma compreensão enganosa a respeito da casa Tugendhat. Por exemplo, a foto externa mais difundida da casa é aquela que se têm desde o jardim, com a grande pele de vidro. Esta imagem costuma alimentar a idéia de que a casa se encontra em meio rural, pois a rua não é vista, e de que a casa teria precárias condições de habitabilidade, já que não é aparente nenhuma forma de proteção solar. Enquanto isso, certas imagens internas, passam, por vezes, a impressão de um ambiente árido e impessoal. Tudo estaria tão correto em seu lugar que as pessoas não se sentiriam a vontade para intervir no ambiente, dando o seu toque pessoal através de um quadro ou cortina.

Porém, buscando imagens menos acessíveis, percebe-se que estas noções não se verificam. A casa está inserida em meio urbano, sendo que seu acesso desde a rua se dá pela fachada oposta a do jardim. Todas as janelas apresentam proteção solar. Esta era, inclusive, uma das exigências da família. Segundo Fritz Tugendhat: “No inverno a casa é mais fácil de aquecer do que uma casa tradicional com paredes grossas e pequenas janelas duplas. Graças ao vidro que vai do chão ao teto e à posição elevada da casa, o sol atinge o seu interior profundamente. Em dias gelados e ensolarados, podemos baixar os panos de vidro e, aquecidos sob o sol, admirar a paisagem coberta de neve. No verão, os elementos de sombreamento e o ar condicionado proporcionam temperaturas confortáveis” (3). Por último, as fotos internas, em geral, vazias de pessoas, poderiam ser contrapostas com as imagens tiradas por Fritz que mostram a família vivendo na casa. Elas não deixam dúvida do quanto gostavam dela. Os Tugendhat sempre a defendiam, já que, como acontece com o novo, ela foi alvo de questionamento. A família judia só deixa a casa em 1938, quando se vê obrigada devido à perseguição nazista iniciada no país.

Ficha técnica

Arquiteto
Ludwig Mies Van der Rohe

Contexto
Subúrbio

Clima
Temperado

Finalidade
Residencial

Sistema construtivo
Esqueleto de aço

Área total de piso
Aprox. 2000 m²

Estilo
Moderno

Período de Construção
1928-1930

Local
Brno, República Tcheca. Rua Cernopolni, 45

Proprietários
Grete e Fritz Tugendhat (industriais, donos de companhias têxteis)


Fonte: http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp416.asp

CASA SEMELHANTE A FARNSWORTH


Este post é destinado a expor uma reportagem da Revisa aU que aborda uma casa muito semelhante à Farnsworth House:

CARLA JUAÇABA - RIO DE JANEIRO, RJ - 2005/2007
CRISTALEIRA HABITÁVEL
SUSPENSA POR UMA ESTRUTURA METÁLICA, CASA DE VIDRO SE FUNDE A TRECHO CARIOCA DA MATA ATLÂNTICA

A Casa Varanda, projetada pela arquiteta carioca Carla Juaçaba, lembra conceitualmente uma das construções mais emblemáticas da arquitetura do movimento moderno: a Casa Farnsworth, de Mies van der Rohe. Assim como a obra-prima criada pelo célebre arquiteto alemão, a residência carioca, localizada na Barra da Tijuca, se destaca pelo predomínio absoluto do vidro, pela simplicidade das linhas e estrutura metálica que suspende a construção do solo. A inserção na natureza é outro ponto em comum entre as obras cuja transparência permite integração plena entre interior e exterior.

Diferente da Casa Farnsworth, a Casa Varanda possui uma planta simétrica e retangular em que os quartos, dispostos nas extremidades, configuram uma sala de estar central apelidada de "varanda" pela arquiteta. "Quando os painéis estão abertos, tem-se a impressão de estar numa varanda", justifica Carla Juaçaba. O telhado se projeta 1,5 m para fora do perímetro da construção, formando um beiral que protege as aberturas da chuva. Uma clarabóia corta a cobertura longitudinalmente, iluminando todos os espaços interiores. Orientadas na mesma direção, as paredes registram os raios de luz de forma ritmada. "Como um relógio de sol, a luz desenha a passagem do dia", descreve a autora do projeto.

Quando conta a história da casa, a arquiteta demonstra afeição especial pelo jambeiro cujas flores cobrem o solo do terreno, formando um tapete rosa. A residência foi construída há um ano para um casal que, desde o princípio, se mostrou receptivo à idéia de viver em uma "caixa acristalada", destituídos da privacidade proporcionada pela construção convencional de alvenaria e concreto. Até mesmo o banheiro da suíte está cercado por painéis de vidro que, quando estão abertos, integram o espaço fisicamente com a floresta de árvores centenárias. A propósito, nenhuma árvore foi derrubada para que a construção pudesse ser erguida. Para isso, a casa teve de ser disposta transversalmente no terreno, numa clareira existente. "A implantação foi um dos maiores desafios do projeto", reconhece Carla Juaçaba.

Graduada em arquitetura e urbanismo pela Universidade Santa Ursula em 1999, Carla usa transparência e grandes vãos para integrar suas construções à natureza. Além da conexão entre interior e exterior, a arquiteta privilegia os espaços internos contínuos, ordenados de forma clara e fluida. Os volumes arquitetônicos simples, desenhados por poucos planos perpendiculares - somente os necessários, diga-se de passagem - quase sempre estão suspensos do solo por uma estrutura metálica. Materiais como pedras brutas, por exemplo, compõem paredes estruturais aparentes. "Para mim, a concepção estrutural é a essência da forma", revela a arquiteta.

A correspondência entre forma e estrutura caracteriza obras como o Atelier Residência (Rio de Janeiro, 2002), projetado por Carla em parceria com o artista plástico Mário Fraga, e a Casa Rio Bonito (Nova Friburgo, RJ, 2004), ambas premiadas na 40a Premiação Anual do IAB-RJ. Bela na composição dos materiais e na simplicidade formal, a Casa Rio Bonito é formada por duas paredes espessas, feitas de pedra, que suportam quatro vigas metálicas. As vigas, por sua vez, sustentam as lajes do piso e cobertura.

Na Casa Varanda, uma seqüência de vigas pré-moldadas de concreto (com 6 m de comprimento), encaixada em ligas metálicas, configura a laje revestida com um piso cimentado claro. As poucas paredes existentes estão dispostas transversalmente em planta, de forma a não obstruir a vista, ou seja, é possível enxergar através da casa e ver o outro lado do lote.

O terreno lodoso exigiu fundações profundas. Assim, foram executadas estacas de concreto de 20 m de comprimento, que transferem as cargas dos pilares metálicos às camadas mais profundas do solo. Carla conta que essa foi a parte mais demorada da obra. A estrutura de perfis de aço soldados foi erguida em quinze dias e a cobertura, composta por telhas de zinco-alumínio do tipo sanduíche, foi instalada em apenas um dia. "É uma casa simples e de baixo custo", conclui a autora do projeto.

INHABITABLE CRYSTAL CLOSET
Suspended from the ground, with glass facades and metal structure, the house designed by the carioca architect Carla Juaçaba is a reminder, from the conceptual point of view, of the Farnsworth House, by Mies van der Rohe. Located in the middle of the Mata Atlântica, at Barra da Tijuca, in Rio de Janeiro, the building has a rectangle-shaped symmetric plan. The bedrooms are in the rectangle's extremities. Among them there is a living room with a disposition and transparency that make it seem like a varanda, from which the building was named: Casa Varanda. A skylight extends itself lengthwise, illuminating all the spaces of the house. The roof is projected 1.5 meters beyond the building's perimeter, forming eaves which protect the openings from rain. Graduated in architecture and urbanism by the Universidade Santa Ursula in 1999, Carla Juaçaba, in her work, has privileged the integration between interior and exterior and continuous internal spaces, ordered in a clear and fluid manner. The simple architectural volumes, with only few perpendicular plans - only the needed ones, one should add - are almost always suspended from the ground by a metal structure. Materials such as rough stones, for instance, compose apparent structural walls. "To me, the structural conception is the essence of shape", states the architect.


Fonte: http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/166/artigo70745-1.asp

terça-feira, 17 de novembro de 2009

INAUGURAÇÃO DA CASA FARNSWORTH COMO MUSEU, 15 DE MAIO DE 2004

(foto da esquerda para a direita) Joe Antunovich (Landmarks Illinois), David Bahlman (Landmarks Illinois), Richard Moe (National Trust for Historic Preservation Presidente) e Dirk Lohan, Lohan Anderson Architects, neto de Mies van der Rohe na Casa Farnsworth. Crédito da foto: Joan Hackett Fotografia.

Lembremos:

Marcos Illinois é a voz principal do estado de preservação histórica.

The National Trust for Historic Preservation é uma organização privada, sem fins lucrativos dedicada a proteger a insubstituível história.

The Chicago-based amigos da casa Farnsworth são indivíduos que se dedicam a salvar a obra-prima modernista internacional.

A Casa Farnsworth é propriedade do National Trust for Historic Preservation (NTHP) e funciona como um museu casa por Landmarks Illinois. The National Trust e Marcos - com o apoio financeiro de centenas de colaboradores, incluindo os amigos da casa Farnsworth - foram capazes de comprar a casa por US $ 7,5 milhões em um leilão em Nova York, em 12 de Dezembro de 2003. The National Trust - Pontos Turísticos parceria foi capaz de oferecer mais outros potenciais compradores no leilão, graças a uma campanha de angariação de fundos urgentes que rapidamente foi montado após a notícia da venda em leilão foi anunciado queda de 2003.
Ambas as organizações temiam que, desde a Casa Farnsworth não foi protegido por designação do marco, um potencial comprador poderá desmontar a casa e movê-lo para outro estado. David Bahlman, presidente da Landmarks Illinois, e Richard Moe, presidente do NTHP, disse em uma declaração conjunta, "A Casa Farnsworth é uma das residências mais significativos construídos nos Estados Unidos no século 20. Seria um desastre arquitectônico de primeira ordem se fosse movido de seu local original. Não é difícil imaginar alguém querendo levar esta obra a partir do seu interior configuração para um parque ou um jardim de esculturas privado. " Para impedir que isso aconteça, é a nossa meta para comprá-lo em nome da nação e do povo de Illinois para assegurar a sua proteção permanente e perpétuo. Uma casa desta importância, merece ser protegida sempre e colocados à disposição do público ". Bahlman e Moe acrescentou. Os dois líderes preservação explicou que devido ao pequeno tamanho da Casa Farnsworth, poderia ser facilmente desmontada e transferida. Eles acrescentaram que não há proteção legal que impeça que isso aconteça. " Algumas pessoas consideram a casa como uma obra de arte e, como tal, uma que pode ser movido sobre," Bahlman e Moe disse em sua declaração conjunta. " Mas é sobretudo uma obra icónica da arquitetura e, portanto, mantendo a sua configuração original e contexto é essencial para manter sua integridade." Hoje, a Casa Farnsworth faz parte da coleção surpreendente do National Trust, de 29 de Sítios Históricos, quer com a propriedade ou o regime de co-gestão, que vão desde o carvalho tranquilo igarapés sombreada na Louisiana para ruas lotadas da cidade de Nova York, a partir de um simples de adobe Califórnia um castelo enorme com vista para o rio Hudson, de papa de Frank Lloyd Wright-Leighey Casa de 1940 a Montpelier James Madison, construída há quase dois séculos anteriores.

Fonte de Pesquisa: Site oficial Farnsworth House, texto About us
Acessado em: http://www.farnsworthhouse.org/about_us.htm

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

SEGUNDO PROPRIETÁRIO DA FARNSWORTH HOUSE

O seu segundo proprietário, o excêntrico Lord Palumbo que coleccionava casas de arquitectos famosos como quem colecciona Picassos, narra com paixão a sua experiência de habitar aquele retiro transparente: É um lugar aqui incrivelmente terapêutico! Podemos estar sentados durante uma trovoada, com os raios a caírem a nossa volta, como se fizéssemos parte da tempestade…É como lugar de comunhão com a natureza, a casa é sem dúvida um sucesso, um belo gesto poético em que a arquitetura se apaga, se desmaterializa, se torna transparente para que o mundo revele toda a sua beleza: o prado, o rio, as cores do esplendoroso Outono do Illinois. Toda ela em vidro e imaculadamente branco, é talvez a obra que, no seu frio e casto geometrismo, sintetiza melhor o quase nada, o bienahe nichts, que faz da arquitetura de Mies uma referência tão viva para os minimalistas dos nossos dias.
Talvez devêssemos, portanto, falar de um templo e não de uma casa. Por regra, todas as casas que os grandes arquitectos do modernismo projectaram para os seus clientes foram pouco funcionais e excessivamente caras.
O certo é que nenhum as trocaria por uma banalidade 100% funcional. No caso de Edith, a decepção e a raiva acabaram por falar mais alto “ É o coração que tem razões que a própria razão desconhece… Em 1968, a médica vendeu a propriedade, reformou-se e foi viver para os arredores de Florença, finalmente abrigada dos olhares indiscretos do mundo, por detrás das espessas paredes de um palácio.
A farnsworth é assim alugada para cerimônias de casamento, como se de um templo se tratasse e não de uma casa. Estranha ironia do destino!

Fonte de pesquisa: de Rui Campos Matos
escrito para o Diário de Notícias da Madeira, secção “Pequenas Casas, grandes arquitectos
publicado em 7 de Janeiro de 2007
Acessado em : http://www.sobrevoando.net/2007/uma-casa-de-vidro-de-rui-campos-matos/

FARNSWORTH INUNDAÇÕES


O projeto posicionada junto ao Fox River, se mantém elevada a 160cm do chão, sobre uma base plana que parece flutuar. Suas paredes translúcidas procuram integrar o exterior com o interior. A casa é um dos mais importantes exemplares da Arquitetura Moderna no mundo.
Pois, bem. No último dia 14 de Setembro, a casa Farnsworth sofreu uma terrível inundação, causada por chuvas intensas e consequente elevação do nível do rio.

Fonte de Pesquisa: Mies Van der Rohe e as APPs de fundos de vale
Renato Saboya
Acessado em : http://urbanidades.arq.br/2008/11/mies-van-der-rohe-e-as-apps-de-fundos-de-vale/

FARNSWORTH INVERNO


Para não falar no que custava o aquecimento durante o Inverno. E a obra já custou bastante. O pavimento radiante sempre a irradiar e os vidros embaciados a escorrer água de condensação. É um lugar onde poderão contemplar a paisagem que te rodeia. Mas que paisagem? Não se vê nenhuma paisagem por detrás de um vidro embaciado!

Fonte de pesquisa: de Rui Campos Matos
escrito para o Diário de Notícias da Madeira, secção “Pequenas Casas, grandes arquitectos
publicado em 7 de Janeiro de 2007
Acessado em : http://www.sobrevoando.net/2007/uma-casa-de-vidro-de-rui-campos-matos/

FARSWORTH VERÃO


Imaginemos uma grande caixa de sapatos com quatro paredes de vidro, pousada num prado a beira rio, não muito longe de Chicago. No Verão, a noite está quente, e dentro da caixa está uma mulher que não consegue dormir. Inútil tentar abrir os vidros: todos eles são fixos. Para permitir a ventilação, existem apenas dois pequenos postigos e uma porta de entrada. Abri-los seria loucura durante a noite, a caixa como uma lanterna gigante que atrai todos os mosquitos da região. Sufoca-se lá dentro.
De dia também não é melhor. A sombra do grande árvore não é suficiente para mantê-la fresca. Nessa tarde, a mulher tinha decidido refrescar-se no chuveiro mas, ao sair da casa de banho, foi surpreendida por uma excursão de japoneses que fotografavam,e fotografaram sua nudez! É o que da em viver numa caixa de vidro tornada famosa pelas revistas de arquitetura: nem 24 hectares de terreno são suficientes para nos manter a salvo dos olhares indiscretos. A mulher correu para perto do armário-roupeiro á procura do robe.
Em boa hora tinha exigido aquele armário ao arquitecto. Isto é apenas um retiro de fim-de-semana “ tinha ele dito “ basta-te um cabide na porta para pendurares o vestido. Para que queres um armário? Que descaramento!

Fonte de pesquisa: de Rui Campos Matos
escrito para o Diário de Notícias da Madeira, secção “Pequenas Casas, grandes arquitectos
publicado em 7 de Janeiro de 2007
Acessado em : http://www.sobrevoando.net/2007/uma-casa-de-vidro-de-rui-campos-matos/

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Você sabia?

A Casa Farnsworth é um dos mais significativos das obras de Mies van der Rohe, iguais em importância a tais monumentos canônicos como o Pavilhão de Barcelona, construído para a Exposição Internacional 1929 e 1954-58 Seagram Building, em Nova York. Seu significado é duplo. Primeiro, como um de uma longa série de projetos de casa, a Casa Farnsworth encarna uma certa culminação estética na experiência Mies van der Rohe, com este tipo de construção. Em segundo lugar, a casa é, talvez, a mais alta expressão dos ideais modernistas que havia começado na Europa, mas que se consumou em Plano, Illinois. Como historiador Maritz Vandenburg tem escrito em sua monografia sobre a Casa Farnsworth:

"Cada elemento físico tem sido destilada em sua essência irredutível. O interior é invulgarmente transparente para o local ao redor, e também sem precedentes organizada em si mesma. Toda a parafernália de vida tradicional, quartos, paredes, portas, estofos, móveis soltos, fotos em paredes, inclusive objetos pessoais - têm sido praticamente abolida em uma visão puritana da existência simplificado, transcendental. Mies tinha finalmente alcançado uma meta para a qual ele estava se sentindo o seu caminho durante três décadas. "

De muitas maneiras, também, Mies van der Rohe foi capaz de realizar os ideais espaciais e estruturais que eram impossíveis em projetos maiores, como o Seagram Building. Por exemplo, as vigas da Casa Farnsworth são tanto estruturais e expressivos, enquanto que no Seagram Building estão ligados ao exterior como símbolos para o que é necessariamente invisível por trás de revestimento à prova de fogo. Além disso, a casa térrea Farnsworth com seu sítio isolado permitiu um grau de transparência e simplicidade impossível na maior, mais projetos urbanos.

Fonte de Pesquisa: http://www.farnsworthhouse.org/history.htm

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Cadeira Barcelona



A Cadeira Barcelona foi projetada por Mies Van der Rohe e apresentada no Pavilhão Alemão para a Feira Internacional de Barcelona em 1929. Até hoje, uma das cadeiras mais apreciadas por designers de produto.
A Cadeira Barcelona faz parte de um projeto completo de design de interior, composta por mesas, bancos e outros mobiliários.
Mies foi um dos pioneiros no desenho de móveis com estrutura de aço tubular, permitindo a produção em escala industrial, um dos preceitos da Bauhaus, onde lecionava na ocasião.

sábado, 7 de novembro de 2009

Video 3D

O VÍDEO:
http://www.youtube.com/watch?v=lPsRc4Xhuf0&NR=1&feature=fvwp

O vídeo a cima fala sobre a concepção do design, a proporção dos planos horizontais e verticais da casa e a visão completa da paisagem externa proporcionada pela substituição das paredes convencionais por paredes de vidro.
Além disso o vídeo rotaciona 360° mostrando a variação da paisagem nas quatro estações do ano bem definidas.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

POLÊMICAS


O custo total da obra foi orçado em 72.000 USD em 1951, o que equivale a aproximadamente 500.000 dólares de 2005. As despesas adicionais não previstas e conflitos pessoais entre a Dr. Edith Farnsworth e Mies levaram a um processo judicial: Farnsworth alegou que a residência era inabitável. Mies não só concordou com a afirmação como respondeu justificando o projeto como o de uma residência de férias, sendo essencialmente uma experimentação artística. Além disto, Mies conseguiu provar que Farnsworth havia aprovado seus estudos, o que fez com que van der Rohe vencesse no tribunal.

Parte do protesto promovido por Farnsworth contra Mies incluía um apelo nacional para chamar os críticos de arquitetura em seu favor e a denúncia de Mies van der Rohe em publicações de circulação nacional. Frank Lloyd Wright aproveitou-se da situação para denunciar a casa, o arquiteto, e o International style como um todo, alegando que os "modernistas estavam próximos dos comunistas em sua visão mecânica das necessidades humanas" e eram defensores de um "minimalismo conformista" em todas as coisas.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Curiosidades e Controvérsias




Neste post vamos falar sobre as dimensões da casa e sobre uma curiosidade em relação à sua história. A fonte que aborda a curiosidade a seguir foi também autora do texto, então, vale ressaltar que estamos apenas repassando uma história que pode ou não ser verídica, mas que não deixa de ser curiosa.

Sobre as Dimensões:

Essa casa de um único ambiente está localizada na superfície plana de um prado em meio a grandes árvores. A parte habitada dá para o rio (o Fox) que delimita o terreno ao sul. As lajes da cobertura e do piso são sustentadas por uma série de pilares metálicos e as fachadas são de vidro.
Um núcleo central de madeira natural contém as instalações sanitárias e cria a separação entre a cozinha, os dormitórios e a sala de estar. A casa se prolonga em direção ao prado por um terraço, e os diferentes níveis se comunicam de degraus.
Os degraus, o terraço e o piso são revestidos de placas de travertino de 2 × 3 pés. Os elementos metálicos são pintados de branco. As áreas envidraçadas são guarnecidas de cortinas de xantungue cru.
As dimensões da casa são de 77 × 29 pés. A plataforma do terraço mede 55 ×22 pés, e o pé direito da construção é de 9½ pés. O espaçamento dos pilares é de 22 pés.

Fonte: www.fag.edu.br/professores/solange/.../MIES/Mies_Fabiano.ppt

Quanto às Controvérsias:

¨Em 1946 a física Edith Farnsworth encomenda a Mies van der Rohe uma casa de fim de semana que fosse "arquitectura séria". Pouco tempo depois Mies apresenta-lhe os primeiros esboços daquele que viria a tornar-se um polémico ícone do modernismo. A casa foi desenhada segundo um conceito que começara a ser desenvolvido num projecto que nunca sería construído, chamado Resor House. A casa Farnsworth foi o culminar deste tipo de experiência no desenho de casas.
Além da imensa paixão que transpira da joia de vidro e aço que é esta casa, há uma história de amor e ódio entrelaçada com a sua criação, que não resisto a contar.
Os planos da casa que Mies apresentou a Edith Farnsworth revelavam o resultado prático do lema do arquitecto: "Less is More". A casa, que aínda é possível ver actualmente, consiste em duas placas de betão, suportadas por oito vigas de aço. Todo o chão está suspenso destas vigas, como se a casa flutuasse sobre o solo que ocupa. A cobertura é uma placa igual à do chão, absolutamente paralela àquela. Todas as paredes são de vidro e não há divisões internas, à excepção de uma estrutura que suporta a área da cozinha, espaço de arrumação e uma casa de banho. O acesso faz-se por um elegante conjunto de degraus que leva ao pequeno terraço da entrada, também coberto.
A doutora Farnsworth aprovou os planos, mas parece que se apaixonou tanto pela obra quanto pelo autor. Foram precisos quatro anos de trabalho para executar um plano que parecia tão simples. Consta que durante esse periodo a sua relação se aprofundou. Os seus encontros eram frequentes e longos, muitas vezes na própria obra. A perfeição com que o projecto foi sendo executado é seguramente fruto de uma profunda paixão, resta saber se artistica, se amorosa.
Quando tudo ficou concluído, Mies deu a Edith as chaves da sua nova casa e a conta do projecto. Consta que se tornou indisponível. Seria para arrefecer o romance ou por se sentir constrangido pelo elevadíssimo valor da factura: 73.000 dólares, o equivalente actual a cerca de 100.000 contos?
Edith Farnsworth processou o arquitecto pelo elevado preço, mas o facto de ter acompanhado tão intensamente a construção pesou contra si e perdeu o processo. Depois escreveu vários artigos contra a casa e contra Mies. Dizia que viver naquela casa não era bem o mesmo que contemplar os seus planos, que as contas de aquecimento eram exageradas, etc, etc.

Irritada com o arquitecto (ou talvez despeitada) disse a quem a quis ouvir, que: "Less is not more. It is simply less!"


Texto e Fonte por: http://arrumario.blogspot.com/2005/07/casa-farnsworth-mies-van-der-rohe.html